14 de nov. de 2009

DESCOBRI O QUE JÁ ESTAVA DESCOBERTO


Excelentíssimo Senhor Presidente,
Aqui cheguei facilmente. Falta de orientação não foi, pois quando o marinheiro gritou terra à vista, já havia sido informado, por uma enorme nuvem de fumaça que vinha de uma clareira.
Adiante, às margens da praia, poucos troncos ainda queimavam.
Desembarquei, pus os pés nessa terra, que a princípio não era terra, apenas cinza de uma imensa floresta, que um dia houve ali. Terra cheia de riquezas naturais. Plantas e animais belíssimos. Muitos desses animais foram capturados. E, outros ali mesmo foram extintos por desmatamento e queimadas ilegais.
Todas essas informações me foram dadas por nativos da região, que me receberam muito bem. Eram civilizados e instruídos, como se fossem guias. Bem vestidos, com seus laptops em baixo do braço.
Levaram-me a um belo hotel, onde pude descansar. Depois saí para conhecer a região. Fiquei encantado com tamanho desenvolvimento. Várias usinas de açúcar. Também muitas indústrias, de tudo quanto se possa imaginar!
Daí entendi porque tanta fumaça. Eles aqui chamam poluição. Peguei um transporte muito curioso. Parece uma minhoca comprida e rasteja por debaixo da terra. Sua velocidade é demais. Em um instante cheguei ao centro da cidade. Ali sim, tem o que se ver. Suas casas são montadas uma sobre as outras. Tão altas que cheguei a ficar tonto, de tanto olhar para cima.
E o transporte individual chamado de carro. Lindos, de inúmeros modelos e cores. São tantos que chegam a formar intermináveis filas. Mal se movimentam. Ficam ali por horas. Isso também causa muito fumaça de cheiro insuportável.
São tantas as lojas e mercados. É gente correndo pra lá e pra cá. Todos apressados e sem tempo. Cheguei a ter vertigem de tanto movimento.
Agora vamos ao que interessa, Excelentíssimo Senhor Presidente. Sinto-lhe comunicar que se tinha esperança ou interesse, de algo daqui levar, já é tarde. Toda riqueza foi contrabandeada, explorada, e transformada. Aqui nada mais resta. A não ser a tecnologia, ou a palavra certa seja destruição lenta.
Mas, desde já, lhe alerto, não espere nada de bom. Nem notícias minha, pois fui contagiado por tanto comodismo e tecnologia. Até o dia que Nossa Excelência queira vir aqui, pois eu jamais voltarei para lá.
Adeus.
Do seu ex-ministro,
Brasiliano.


Escola Jornalista Manuel Amaral
Alunos: Joselma Maria Gomes
Valéria Dias da Silva
Nayara Pereira dos Santos
Edlaine Pereira Cadete
1º “B” - 2008
Prof.ª Maria Edna Muniz

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