24 de out. de 2009

CRÔNICAS DA ESCOLA JERÔNIMO GUEIROS - CANHOTINHO - PE


O BAÚ DE CRÔNICAS DO JERÔNIMO GUEIROS

Parabéns ao Professor Victor Menezes e aos seus estudantes pelos excelentes textos enviados ao blog!

CRÔNICA DE UM DIA “COMUM”


Ninguém gosta de monotonia, mas no fundo sempre acabamos nos conformando com ela, talvez porque guardamos certo temor de mudar, temor do que é novo, e, como diria alguns filósofos, sempre se teme aquilo que não compreendemos isso faz parte do nosso instinto animal, algo que sobrevive no âmago de nossa moldura civilizatória. Mas o novo sempre vem, às vezes de forma sutil, outras vezes, de maneira avassaladora e brutal, a diferença esta no modo como concebemos, pois receber o novo é antes de tudo um ato de pré-disposição para a mudança e ao mesmo tempo, o desejo de querer ser parte dela. Por outro lado, tal atitude implica numa quebra de rotina, de ritmo de vida que quase sempre preferimos resguardá-la.

O que tememos de fato? O que queremos de fato? Desejamos ser surpreendidos a cada instante, mas sem prejuízo de nossa estúpida rotina, esta mesma ora tão difamada por nós, ora tão desejada. A ela se deve todos os estresses, a falta de tempo para realizar outras coisas, a falta de disposição para cumprir com outras. Falta de tudo menos a insanidade de querer preservar esta vidinha a todo custo, custo este que é todo nosso obviamente. Cada vez mais me convenço de que o mundo tem o tamanho de nossos sonhos e esperanças, duas coisas que precisam ser semeadas no íntimo de nosso cotidiano, mas infelizmente, não estar muito em moda sonhar, muito menos ter esperança, o pragmatismo capitalista não nos permite pensar em outra coisa a não ser produzir e consumir, não há tempos para “devaneios”, somos como formigas operárias que passam toda a vida procurando juntar e acumular um bocado terra que a qualquer momento pode ser consumida na primeira chuva torrencial.

Nada supera o valor de um dia, esta é a lição que precisa ser aprendida, é pena que muitos a ignoram, e muito poucos a valorizam. Será tão difícil assim perceber que o homem é quem faz o dia ser o que é, e não o contrário? Que o muito às vezes vale pouco e o pouco de muitos, vale muito mais do que o muito de poucos? Que pouco a pouco vida passa e com ela os sonhos, os planos, os projetos, restando apenas os lamentos, as revoltas e a sensação de que vivemos no mais cruel dos mundos. Mas novamente eu insisto quem faz o mundo somos nós, o que dirá do dia-a-dia? Acostumamo-nos a projetar nos outros nossas próprias frustrações, queremos que tudo mude ao nosso redor mas esquecemos de dar o primeiro passo, nosso vício é esperar um pelos outros, é em razão disso que a vida torna-se aquilo que pensamos que ela é.

A vida não é nada e é tudo ao mesmo tempo, entre esses dois absolutos trafegam todos os sonhos, todos os anseios e angústias, e nesse grande mar de sentimentos a deriva onde estão os pescadores de ilusões? A quem recorrer num mundo em que todos estão correndo por si mesmo? Percebo a cada dia, que só podemos tirar da vida aquilo que nela plantamos, para o bem ou para o mal, só assim é possível transcender a mediocridade que, querendo ou não, somos os únicos responsáveis. Recuso-me a ver o dia passar como um dia comum pois não há nada mais singular do que os ares de cada amanhecer.
É preciso frisar cada momento com algo que valha pena ser lembrado pois lembrar é uma forma de viver de novo, é marcar nossa existência com toda a humanidade que nos é inerente, e deixar que os sonhos se tornem sementes a cair numa terra de incrédulos de si mesmo, sim, aqueles que crêem em tudo menos em si mesmos são os verdadeiros incrédulos.

Entre o fim e o começo de nosso caminhar, o mais importante é a travessia, a passagem e as paisagens que molduram o espírito e o caráter, somos criadores e criaturas dessa estrada tecida da experiência humana, aventura finita, porém sublime, mas é preciso olhar além. Além da nossa hipocrisia, além da nossa estupidez além da nossa ignorância. É preciso olhar para dentro de si para abarcar a vida que nos rodeia e se revela em cada dia.

Prof. Victor Menezes.
Escola Jerônimo Gueiros - Canhotinho - PE

A SOCIEDADE ATUAL


A sociedade impõe regras a serem cumpridas, seja no comportamento, na maneira de se vestir, no modo de agir. Tudo isso é uma pressão, mas o que nos leva a cumprir e obedecer a essas regras?

Entre todas as características do ser humano, destaca-se a vontade, o desejo, a necessidade de agradar o outro, porém a mídia, através dos seus anúncios nos mostra o que é se vestir bem, por exemplo, a moda conduz nossa vontade, há também aquelas propagandas que, usando o termo "imperdível!", tentam nos convencer de que tudo é barato.

O que leva as pessoas a seguir a mídia? A pressão social, é ela que nos faz querer estar sempre atualizado, valorizar o que todos valorizam, ser extrovertido porque introvertido é defeito e um risco de ser rejeitado nos grupos sociais. Na sociedade atual as circunstâncias nos obrigam...

Aluna: Joelma 1º EM C
Escola Jerônimo Gueiros - Canhotinho - PE

NOVOS RETIRANTES


Filha de pai e mãe pobres com quatro irmãos, todos nascidos e criados na roça, trabalhou muito desde muito pequena, seu nome era Paula, tinha 15 anos, magra, alta, cabelos pretos, olhos castanhos e rosto bem suave, era linda. Fazia o impossível para um dia freqüentar a faculdade e estudar para ser professora, mas sua vida diária era cuidar de seus irmãos e da casa e só depois disso, estudar. Morava longe da escola, sua maior preocupação era ser alguém na vida, lembrava sempre da sua infância, o quanto tinha sofrido, gostaria de poder mudar o mundo, imaginava um mundo sem sofrimento, busca na fé superar suas dificuldades, pedia muito a Deus para ajudá-la, sua melhor amiga é sua mãe. Mas agora seus sonhos foram enterrados juntos com ela, sonhos tão comuns e tão grandes para a jovem Paula, grandes demais para conter em sua cova rasa.


Aluna: Rosa 1º EM B
Escola Jerônimo Gueiros - Canhotinho - PE

A GRIPE “SUÍNA”


Você já observou como as teorias sobre essa nova gripe têm mudado a vida das pessoas? E na verdade não tem impedido que ela se espalhe pois todos os dias através dos meios de comunicação ouviram coisas como: Não faça isso, evite aquilo, cuidado com o que bebe e o que come. No começo os pobres porquinhos pareciam que iam se safar com essa história de que era o porco o responsável pela transmissão, mas logo os porquinhos voltaram para o corredor da morte.
Se os porcos não têm nada a ver com a gripe, então porque gripe suína? Há se fosse comigo, a coisa seria diferente, chamaria um advogado e exigiria direitos autorais ou processaria o Estado por calúnia e difamação. Os pobres porquinhos não puderam se defende com tantos nomes disponíveis como gripe Lula, gripe Senado, gripe Corrupção, os porcos foi que levou a fama. Agora chamam a gripe de influenza À (H1N1). Quem será a próxima vítima? Pode ser você?


Aluna: Eduarda Mendes Keim 3º EM A
Escola Jerônimo Gueiros - Canhotinho - PE

AMIZADES QUE VEM E QUE VÃO


Alguma vez você já se perguntou quantos amigos tem? Se fosse fazer uma lista conseguiria lembrar de todos? Isso serve para se perceber quem é amigo de verdade e quem às vezes só está presente nos momentos de alegria e ausente nos momentos em que precisamos de ajuda e amparo.

Já ouviu falar que tudo que é bom dura pouco, acho que isso se aplica também na amizade como no caso de um velho amigo que estava sempre lhe ajudando, brincando e estudando, sendo de fato um amigo, e de repente teve que traçar outro caminho e se distanciou presente apenas nas lembranças, pois amigos nunca são esquecidos.

O tempo passa e conhecemos novos amigos e aprendemos a aproveitar cada momento, pois não sabemos até quando eles estarão por perto. Devemos aprender o máximo com os outros para criar uma ideologia das amizades.

Aluno: Thiago Oliveira Viera 3º EM A
Escola Jerônimo Gueiros - Canhotinho - PE

A AMIZADE


Amizades, algumas começam na infância, outras com muita timidez, são atitudes gestos, palavras que nos acolhem e confortam nos dando a certeza de que estarão sempre ao nosso lado, principalmente nos momentos mais difíceis. Quando estamos só, quando menos se espera surge aquela amizade para nos dar confiança, para nos ajudar a troco de um simples sorriso.

Uma amizade sincera não depende de dinheiro, nem de recompensas. A gratidão é a própria amizade. É muito difícil encontrar uma amiga de verdade que realmente podemos confiar, mas nunca devemos perder a vontade de encontrá-la e construir uma relação pura onde o futuro torna-se mais promissor, pois uma amizade verdadeira tem o sentido do amor.


Aluno (a): Magna, Érica e Alison 3º EM A
Escola Jerônimo Gueiros - Canhotinho - PE

AMIGOS


Amigos, hein?

O que são amigos?

Ouvi dizer que amigos é como fazer xixi nas calças...

Mas porque xixi nas calças? Hum.. Interessante!

Amigos aparecem nos momentos em que mais precisamos, dão força para que possamos seguir a vida, estão sempre do nosso lado.

Juntos, as vezes rimos tanto que a barriga dói, choramos de tanto rir. Mas o importante não é se estamos alegres ou tristes, o importante é saber que temos alguém com quem podemos contar em todas as horas.

A gente nunca sabe quando vai começar uma grande amizade. Também não sabemos até onde vai chegar. É esse o verdadeiro sentido da amizade, é como fazer xixi nas calças, todo mundo pode ver, mas só a gente sente o calor.

Alunas: Paloma, July, Rosana 3º EM A
Escola Jerônimo Gueiros - Canhotinho - PE

FALA SÉRIO


Nosso Brasil é uma graça mesmo, o que era uma marolinha tornou-se uma tempestade. A enchente quase levou os pobres trabalhadores, sempre eles, aqueles que lutam pelo pão de cada dia, o engraçado é que, mesmo com tantas águas rolando, não deu para lavar os nomes dos nossos ilustradíssimos políticos que, sinceramente, estão mais sujos do que pau de galinheiro. Para acabar de completar, chega essa nova gripe chamada de influenza a (H1N1) prá detonar de vez com o tão sofrido povo brasileiro. Mesmo com todos esses problemas, seguimos com a mesma fé e coragem de sempre, porque se for prá pensar no salário... Fala sério.

Aluna: Alberlânia Gomes 3º EM C
Escola Jerônimo Gueiros – Canhotinho - PE

O NOTICIÁRIO


Vi no noticiário de hoje: “ o mundo esta acabando”, fiquei pensando quando vai ser isso? Ainda não se sabe, e agora o que faremos (o que podemos fazer ainda).
Ai, ai, ai, “ó vida aperriada, ó mundo sem jeito”. Temos que fazer algo antes que acabem com tudo. O que será dos animais, das águas e das plantas?

Para os animais é só construir uma arca igual a de Noé. As árvores? Plantarei o máximo que puder com o pouquinho de água saudável. Quanto à água, vou aparar da chuva e encher todos os vasilhames que puder.

Mas nosso ar estar cada vez pior...
Terei que economizar isso também? Respirar o mínimo possível?
O clima esta desarmonizado, quem será o culpado por tudo isso?
Quem é? Apenas um: O homem.


Aluna: Claudia Luiza 3º EM C
Escola Jerônimo Gueiros – Canhotinho - PE

O MENINO ROUBADO


Em uma manhã chuvosa, Maria se preparava para ir à maternidade ter seu primeiro filho, ansiosa e preocupada, não para de chorar, então o grande momento chegou. As onze horas da manhã nasce um lindo menino o qual recebeu o nome de Lucas, depois do primeiro contato com a mãe, ele foi levado para cubadora e, naquele instante, uma mulher vestida de enfermeira leva o menino embora, começava todo o sofrimento de uma mãe que perdera seu filho.

Os anos passam. Maria já havia perdido as esperanças quando, de repente, o telefone toca, era Paula, a mulher que roubara seu filho, as duas marcam um encontro. O encontro provoca desconforto, ela explicou porque tinha feito o que fez dizendo que sempre foi uma mulher sozinha, queria devolver aquele menino que já tinha dez anos porque descobriu que ele tinha câncer e brevemente morreria. Para a mãe, nada disso importa, ela só queria tê-lo de volta e conquistar o amor do filho que mal chegou a conhecer.

O que a gente tira de alguém nunca pode garantir que será para sempre nosso. Nossa vida depende de outras vidas...

Aluna: Jéssica Viana 3º EM C
Escola Jerônimo Gueiros – Canhotinho - PE

18 de out. de 2009

SOBRE O PROJETO LEITURA E PRODUÇÃO DE CRÔNICAS


PROJETO LEITURA E PRODUÇÃO DE CRÔNICAS: um desafio possível no ambiente escolar

Este projeto foi elaborado num momento de formação continuada promovido pela Gerência de Ensino Médio em parceria com a Unidade de Educação a Distância no setor de bibliotecas da Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, para bibliotecários e técnicos das Gerências Regionais de Educação.
Cada GRE deveria, como uma das prioridades no momento da formação, elaborar um projeto de incentivo à leitura a partir do Gênero Crônica no ambiente escolar. Com esse objetivo, o grupo de professoras técnicas da Unidade de Desenvolvimento de Ensino, juntamente com um grupo de bibliotecários das escolas jurisdicionadas a GRE, elaborou o projeto “Leitura e produção de crônicas: um desafio possível no ambiente escolar”, cuja finalidade é estimular o uso da leitura como prática social a partir da Biblioteca Escolar e despertar no estudante o gosto pela produção textual através do uso do Gênero Crônica no cotidiano escolar.
A escolha do tema se deu na perspectiva de que “Ler a realidade em que vivemos é manter a esperança de que possamos utilizar nossos conhecimentos, buscando transformar as relações de convivência e, nesse sentido, é necessário democratizar o acesso às informações, ampliar o debate, procurar um novo caminho para o desenvolvimento sustentável e menos desigual”; sendo este o maior desafio do projeto, ou seja, criar nas escolas o hábito de leitura e produção de textos a partir do redimensionamento da Biblioteca Escolar.

EQUIPE DE SISTEMATIZAÇÃO DO PROJETO NA GRE/AM